Quando se vive em um país como o nosso, para onde vários povos migraram e trouxeram consigo suas particularidades étnicas, culturais e religiosas, é inevitável pensar que em algum momento estas culturas irão se misturar e gerar uma outra, mais ampla e diversificada.
Foi exatamente isto que aconteceu com a Umbanda, como nos mostra a autora. As influências vieram de diversas religiões: do catolicismo, por exemplo, a adoção do Evangelho, o culto aos santos sincretizados, a crença em Cristo; do espiritismo a dedicação à caridade, a crença na reencarnação e na vida após a morte, o trabalho mediúnico; dos africanistas, o culto aos orixás, a nomenclatura africana; o uso de ervas na cura e na prevenção de doenças físicas e espirituais, os rituais de iniciação, os cânticos; etc.
Este verdadeiro coquetel religioso trouxe inúmeros benefícios ao culto, mas também inúmeras controvérsias.
Por exemplo, a falta de uma doutrina e de uma prática única na execução dos rituais, em especial na incorporação de entidades como os 'encantados', o que gerou muitas distorções e propiciou o aparecimento de centros pouco sérios e caciques e médiuns charlatães; outro caso é a cobrança abusiva dos praticantes para realizar tarefas muito simples, em total desacordo com o cunho caridoso de tais instituições. Todos estes casos são em muito favorecidos pelo desconhecimento dos praticantes e médiuns do culto, da filosofia e da prática da Umbanda.
Divergências à parte, a proposta de Umbanda: crença, saber e prática é fornecer às pessoas material de qualidade para aprofundar os conhecimentos e a capacidade crítica em relação à escolha do centro a frequentar, a fim de evitar distorções.
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