Ganha o leitor um texto sensível, claro e objetivo. A autora prioriza o diálogo com um público muito especial e creio que estabelece, de princípio, uma comunicação direta com aqueles que produzem essa cultura de origem africana, e vêem refletida nas suas páginas a sua memória ancestral.
Ganha, também, outro tipo de leitor, que, como o primeiro grupo, se encontra na categoria dos sensíveis. Aqueles que, capazes de perceber a beleza, não se encontram tolhidos pelos antolhos do preconceito, tão comum em nossa sociedade hierárquica. A ausência da discriminação permite avaliar a expressiva contribuição dos afro-descendentes à formação social e cultural do povo brasileiro. Este contingente, ávido de conhecimento e privado de informação, tem agora a oportunidade de constatar os ensinamentos e a sabedoria que as comunidades-terreiro têm legado aos que professam a religião dos orixás.
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