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Ver mais detalhesAntes do mais, creio ser justo, oportuno e mesmo indispensável, dizer, nesta apresentação, da enorme responsabilidade que me cabe, justamente pelo fato de me dispor a escrever sobre uma das mais discutidas, e até mesmo injustiçadas entidades da Umbanda, a cujo respeito, a bem da verdade, muitas são as controvérsias.Omulu costuma ser considerado por muitos um-bandistas, como um dos grandes Orixás da Umbanda, sendo tido e havido por outros como um dos espíritos mais perigosos e traiçoeiros existentes.Há de fato, entre nós umbandistas, uma corrente que aceita o Senhor dos Cemitérios, ou seja, Omulu, como sendo, talvez, uma das apresentações do Maioral da Quimbanda, por isso que, não só têm dele um grande pavor como.também só o invocam para o mal.Entre os que aceitam Omulu como um dos grandes Orixás da Umbanda, são contados, pode-se dizer, os que seguem a Umbanda tradicional. Já os que não o aceitam como um dos grandes Orixás da Umbanda, são contados, evidentemente, os que, nas suas práticas unv bandistas, sofrem a influência da liberalidade dos ban-tos que, como se sabe, consideram a Umbanda com as Linhas do Oriente e Africana, entre as sete que ela possui. Quanto a mim, pertenço ao primeiro grupo, isto é, o que aceita Omulu como um dos grandes Orixás umbandistas.Sou, portanto, partidário da divisão da Umbanda nas Linhas de Oxalá (Linha de Santo), de lemanjá, de Ogum, de Oxossi, Xangô, Oxum e Omulu, esta última conhecida, também, como Linha das Almas.Desta forma, para mim, é Omulu, antes de mais nada, um poderoso Orixá, a cujo encargo fica a Calunga Pequena, isto é, o cemitério e, portanto, todos os espíritos que, desencarnando, têm os seus corpos materiais levados à terra fria, como se costuma dizer. Será ele, nesse caso, como muito bem se poderá dizer, o encarregado, por Oxalá, de receber os espíritos que desencarnam e, a eles, dar o devido encaminhamento.É oportuno frisar aqui o fato de que, a bem da verdade, há, entre os umbandistas, uma tremenda confusão quanto às opiniões relativas à própria natureza de Omulu, havendo mesmo confusão tremenda quanto ao próprio Omulu, a ponto de chamarem-no, indiferentemente, de Xapanan, Omulu, Âbaluaiê, não se sabendo ao certo, a diferença que existe, realmente, quanto a tais denominações.Quero com isto dizer que, de fato, embora os nomes representem a mesma entidade, há uma enorme diferença, a qual somente será observada se levarmos em conta a assimilação que, como se sabe, foi feita dos Orixás africanos, com os chamados santos católicos.Neste meu novo livro 'OMULU — O Médico dos Pobres', pretendo, dentro dos meus conhecimentos e estudos da Umbanda, e de tudo o que com ela se relaciona, amparado sempre na humildade que sempre foi minha característica básica, dirimir tais dúvidas. A questão de consegui-lo ou não, é, no entanto, algo que, 'a priori', não me é possível dizer. Apenas esforço-me por fazê-lo. Apresento argumentos, pontos de vista, deduzo e concluo, não significando isto, no entanto, que a minha opinião venha a ser aceita.
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