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Os deuses não mudam — hoje como no passado distante, as mesmas exigências.
Oferenda às divindades faz-se de forma diversa: do sacrifício de animais (e até de seres humanos, em certas práticas de satanismo) ao modo ameno do festim público, de ricas mesas ornamentadas de iguarias e objetos vários, indo ao mais simples ofertório junto à cachoeira.
Imagino que não foi fácil a moisés convencer a seu povo a prática de ofertar ao senhor ouro, prata e bronze; estofo azul e púrpuro, peles de carneiro tintas de vermelho, linho fino e peles de animais marinhos; madeira de acácia, azeite para alumiar e especiarias para o óleo de unção; incenso aromático, pedras de ônix e pedras de engaste para estola e peitoral de paramento sacerdotal. Menos faustoso para os helénicos o culto propiciatório aos penates: no início dos banquetes cerimoniais juravam pelas cárites fazendo libações — o suficiente para aplacar a ira dos deuses e pedir a proteção das graças, filhas de júpiter e vénus. Os romanos seguiram seus próprios caminhos: criaram seus doze deuses lares — o deus dos caminhos (viales), o dos campos (rurales), o de afugentar inimigo (hos-tiles), o das encruzilhadas (campitales) e outros, todos representados por diminutas imagens colocadas no portal de entrada das residências, ou larários (espécie de pequeno oratório). Ali, bem em frente, a mesa ornamentada para o cerimonial da oferenda; não mais que flores e ervas aromáticas adornando a toalha, e como oferta o leite de cabra, frutas silvestres e incenso.
Corre o tempo, vive-se outra realidade. Suponho que no preparo de um acaçá ou ama-la, arriada de obrigação, mesa de oxalá ou cerimónia de obori, o que importa é a força mágica do axé de quem está praticando a ação. Nas páginas do livro que o leitor vai ler, o autor arrola as mais variadas receitas de como preparar oferendas para seu orixá. O caminho está indicado, resta apenas iniciar o preparo, tendo como condimento a força de muito axé.
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