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Está sem dúvida nos terreiros de Candomblé da Bahia a mais viva tradição da prática religiosa trazida pelos negros da Costa dos Escravos. Do ritual pleno de riqueza estética (o colorido do vestuário, preces e cânticos na saudação aos Deuses, senhores de poderes mágicos, nas danças e no batucar dos tambores, nos passes e nos banhos de cheiro) destaque-se o como e o porquê das oferendas e com-midas de Santo. A ressaltar as exigências dos Deuses, como se pode ver no variado cardápio de comidinhas e quitutes, todos saborosos, todos perfumados, todos provocando desejo ao mais comum dos mortais. Pois bem, nos terreiros afro-bahianos as iguarias mais requintadas. No ar, res-cendem o incenso e o benjoim e também aquele cheirinho de parafina queimada de mil velas... E das trempes, com suas panelas de barro, das jarras e alguidares o odor acre, doce, perfumado: — do vinho, do mel, do dende. do coentro, do leite de coco, da pimenta e do mingau de milho verde. Da carne de sertão ao munguzá, do cuscús de rarimã ao milho assado com mel de abelha, do camarão de Martim Pescador à feijoada de Ogum. Ah, não esquecer a farofa de feijão, preparada com carinho para os filhos de lemanjá, e, como sobremesa, a pamonha quentinha, envolta na palha do milho, pitéu saboroso muito à moda de Oxóssi. Nas páginas do livro, a ressaltar o gosto pela pesquisa, a paciência de investigar e o talento de dizer, em linguagem simples, o como e o porquê de tão rica e fascinante cozinha. À autora, Maria Farelli, as honras da casa.
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